Projeção do mercado para inflação em 2023 sobe pela décima semana seguida
Indicadores também mostram crescimento da economia e taxa Selic estável.
A média das projeções dos economistas do mercado para a inflação oficial brasileira de 2023 subiu de 5,79% para 5,89%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC), que foi divulgado nesta quarta-feira (22), de acordo com estimativas coletadas até o fim da semana passada.
A meta de inflação perseguida pelo BC é de 3,25% em 2023, e 3,00% em 2024 e 2025, sempre com margem de 1,5 ponto percentual (p.p). para cima ou para baixo.
A taxa básica de juros (Selic) , manteve-se estável, com uma estimativa de 12,75% no fim de 2023, 10,00% no de 2024 e 9,00% em 2025.
Já em relação ao crescimento da economia, a expectativa mediana dos economistas voltou a subir, agora de 0,76% para 0,80%, segundo o Relatório Focus, do Banco Central (BC).
Para 2024, a média das expectativas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também subiu de 4,00% para 4,02%. Para 2025, foi de 3,60% para 3,78%.
Taxa Selic
As projeções para a taxa básica de juros da economia, a Selic, se mantiveram estáveis em relação ao relatório divulgado na última semana. A projeção para o fim de 2023 seguiu em 12,75%, assim como as estimativas para os dois anos seguintes.
A previsão para os juros no final de 2024 segue em 10% e a Selic no fim de 2025 deve chegar a 9%, segundo as projeções.
Projeções para o PIB
Enquanto a expectativa mediana para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2023 subiu, a previsão para 2024 foi mantida e para 2025 caiu.
Para 2024, a mediana das expectativas para a expansão da economia brasileira, medida pelo PIB, seguiu em 1,50%, mas caiu de 1,85% para 1,80% em 2025.
O Dólar e o poder da inflação
A expectativa para o dólar no fim de 2023 foi mantida em R$ 5,25. Para 2024, a média das estimativas para a moeda norte-americana teve um leve ajuste para baixo, de R$ 5,30 para R$ 5,29 entre uma semana e outra. Para 2025, permaneceu em R$ 5,30.
Tudo que é produzido por empresas brasileiras que importam itens (ou matéria-prima) de outros países e pagam em dólares por esses produtos têm um impacto na inflação. Com a alta do dólar, essas empresas são obrigadas a pagarem mais caro pelos itens, encarecendo toda sua produção. O valor final do produto é sentido no bolso de quem compra.
Com isso, as pessoas passam a consumir menos. Como consequência, as empresas vendem e produzem menos, precisando de menos funcionários para lidar com a demanda diminuída. Então, só o aumento do dólar pode gerar, além de inflação, a elevação da taxa de desemprego no nosso país.
No Brasil, a inflação é medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). Esse índice fechou em 2021 com alta de 10,06%, a maior inflação em um único ano desde 2015. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) destacou que o maior responsável por essa subida foi justamente o setor de transportes.
Vale dizer que o dólar não é o único fator que influencia a inflação. Fenômenos naturais (como as geadas que afetam plantações), crises internacionais (como a pandemia de covid-19 e a guerra na Ucrânia), políticas públicas e a economia de outros países também são fatores importantes. O governo brasileiro, em contrapartida, pode combater a inflação usando ferramentas como a Taxa Selic
Atualmente a taxa está em 13,75%, após o Comitê de Política Monetária (Copom) ter decidido mantê-la no mesmo patamar na reunião que aconteceu no início de fevereiro.
Com informações Valor Econômico