Impacto da reforma tributária sobre o consumo no processo de precificação

A reforma tributária sobre o consumo em discussão no Brasil representa uma das mais profundas transformações no sistema tributário nacional e impactará diretamente a forma como os preços de produtos e serviços são definidos. Com a substituição de tributos como ICMS, ISS, PIS e COFINS por um modelo de Imposto sobre Valor Agregado (IVA), por meio do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços) e da CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), será adotado um novo formato de tributação “por fora”. Nessa nova lógica, os tributos deixarão de estar embutidos no valor final e passarão a ser destacados de forma clara na nota fiscal, promovendo mais transparência para o consumidor, que poderá visualizar exatamente quanto está pagando de imposto em cada transação.

Essa mudança, embora não altere o valor total a ser pago, transforma a percepção de preço e traz novos desafios para as empresas, principalmente aquelas que adotam estratégias de precificação psicológica, como os preços terminados em “,99”. Além disso, o novo modelo busca eliminar distorções causadas pela cumulatividade de tributos nas cadeias produtivas, promover justiça fiscal, garantir isonomia entre os setores e permitir maior previsibilidade para o planejamento financeiro das empresas.

Durante o período de transição, que vai de 2026 a 2033, empresas e consumidores deverão conviver com os dois modelos simultaneamente — o antigo, com tributos “por dentro”, e o novo, com tributos “por fora”. Esse cenário exigirá uma gestão fiscal mais cuidadosa, revisões contratuais com fornecedores e adequações nas estratégias de precificação, marketing e comunicação. A reforma, além de buscar eficiência na arrecadação, mira na construção de uma relação mais clara e consciente entre consumidor, preço e carga tributária.

Fonte: reformatributaria.com