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Proposta de mudar IR é criticada por tributarista

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A extensão de 21 para 28 anos na idade dos filhos ou enteados que o contribuinte pode incluir como dependente do Imposto de renda não foi bem recebida pelo tributarista Ilan Gorin. Segundo ele, a medida, aprovada terça-feira pela Comissão de Assuntos Econômicos (CAE), só beneficiará as famílias com filhos que não trabalham. Além disso, a decisão permitirá que sejam incluídos, como dependentes, quem esteja cursando escola técnica ou faculdade até 32 anos.

— Isso terá um efeito pior que o Bolsa Família, pois o incentivo só vale para quem não trabalha. Se o governo quer ajudar, o ideal seria aumentar o limite dos gastos com educação do ensino básico que podem ser deduzidos. Isso sim ajudaria as famílias. Hoje, só podem ser deduzidos no IR gastos por ano de até pouco mais de R$ 3 mil. Esse incentivo poderia ser dado aos pais que querem pagar um estudo de maior qualidade na formação dos filhos — diz Gorin, destacando que, se aprovada, a medida “só ajudará quem não trabalha”.

Em simulação feita pelo tributarista a pedido do GLOBO, uma família com renda mensal de R$ 10 mil e dois dependentes entre 21 e 28 anos, paga hoje de IR R$ 20.115 por ano. Com a mudança, a mesma família, cujos filhos não trabalham, vai pagar R$ 16.544,11 de IR. Uma redução de 17,75%. Mas, caso esses dois filhos tenham renda somada de R$ 1.300, o IR sobe para R$ 24.351, o equivalente a uma alta de 21,05%.

Para chegar ao cálculo, Gorin simulou um gasto de R$ 500 por mês com faculdade e R$ 100 de plano de saúde para cada filho, além de R$ 400 com gastos de planos de saúde dos pais.

A Receita Federal não quis comentar o projeto. No Senado, corre o prazo de cinco dias para apresentação de recursos, mas ninguém quis antecipar tendências.

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